Na última quarta-feira (4), o programa de sustentabilidade da Cagece, o Reciclocidades, comemorou 15 anos de atuação com desfile de moda da “Coleção Mosaico”, no Centro Cultural Estação das Artes, em Fortaleza. Foram apresentados 30 figurinos de alta- costura, produzidos em parceria entre o estilista Kallil Nepomuceno e as artesãs do programa, e com o apoio do designer Érico Gondim no desenvolvimento dos acessórios. O Reciclocidades é uma iniciativa da Cagece que une moda, sustentabilidade e responsabilidade social.

A nova fase do Reciclocidades está atrelada à ressignificação do artesanato, unindo o trabalho das artesãs em um conceito mais refinado, transformando o residual em arte e construindo consciência ecológica na moda. Todas as peças utilizadas no desfile foram criadas a partir do reaproveitamento de antigos itens e resíduos gerados em coleções antigas ou da doação de empresas parceiras. “A indústria da moda é uma das que mais polui o planeta, então através desse conceito a gente desperta um novo olhar no empresário e dos industriais de moda que com o seu residual você produzi-las e transformá-las em peças de arte”, explica Kallil Nepomuceno.

A coordenadora de responsabilidade social da Cagece e gestora do Programa Reciclocidades, Samara Silveira, destaca a importância do desfile e do projeto, e a expectativa de alavancar discussões na sociedade por meio de um programa que tem demonstrado ótimos resultados ao longo de 15 anos.

“A gente espera tanto sensibilizar a população pro seu consumo, para um olhar diferente pra esse resíduo, mas também para adotar práticas sustentáveis, para colocar o Reciclocidades num patamar, em um local que a gente acredita que ele tem, que é esse potencial de mudar vidas de mulheres em situação de vulnerabilidade social, contribuir para o combate às mudanças climáticas e gerar trabalho e renda que dignifica essa população beneficiada,” diz Samara.

Entre as mulheres que tiveram suas vidas mudadas pelo projeto está Antônia Tânia, que faz parte do Reciclocidades há dois anos. “Eu me sinto prestigiada, é gratificante poder participar desse momento, ver algo que a gente tem produzido em um desfile, em um evento desses, é maravilhoso”. Antônia conta que iniciou com a costura e passou a participar de cursos e oficinas oferecidas pela Cagece. “A gente aproveita algo que ia ser descartado e cria novidades. Eu aprendi coisas novas que eu nunca me imaginei fazendo, e tenho gostado muito de participar desse projeto tão importante”, completa a artesã.