Uso correto dos dois sistemas é a principal orientação.
Período chuvoso requer maiores cuidados com a rede de esgoto e de drenagem
Com o início da quadra chuvosa em todo o Ceará, os cuidados com as redes de esgoto e de drenagem precisam ser redobrados. Para evitar obstruções, extravasamentos e alagamentos, a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) orienta que a população faça o uso correto dos dois sistemas. Dentre as principais orientações: não destinar água de chuva e lixo para a rede de esgoto da Cagece. Assim como não destinar esgoto para as redes de drenagem de água pluvial.
A coordenadora de interação social da Cagece, Sâmia Andrade, explica que o mau uso dessas redes ocasiona extravasamento de esgoto nos sistemas da Cagece e alagamento nas ruas, o que pode contribuir, inclusive, para doenças de veiculação hídrica: “ levantar a tampa do poço de visita é uma prática completamente incorreta, que prejudica diretamente a população, as pessoas acabam fazendo isso para diminuir a carga de água da chuva na rua, mas isso sobrecarrega a rede da Cagece”.
Atualmente, na operação de esgoto de 24 municípios, incluindo a capital e as regiões metropolitanas de Fortaleza e do Cariri, a empresa parceria da Cagece, Ambiental Ceará, realiza trabalho de limpeza e desobstrução dos sistemas. Na capital, somente no ano passado, mais de 45 mil desobstruções de rede foram atendidas pela Ambiental Ceará. Na Região do Cariri, cerca de 3.500 desobstruções foram realizadas no período.
“Temos um trabalho de monitoramento em nosso Centro de Operações Integradas (COI), que consegue visualizar em tempo real o nível de Poços de Visita (PVs), popularmente conhecidos como tampas de esgoto, das Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) e de Estações Elevatórias de Esgoto (EEEs). Por meio dessas ferramentas, das novas tecnologias, conseguimos identificar o aumento dos níveis e enviar à equipe operacional mais próxima, evitando extravasamento”, complementa André Facó, diretor-presidente da Ambiental Ceará.
Lixo na rede
Outros vilões para o sistema de esgoto, areia e lixo comprometem o funcionamento da correta coleta de esgoto e também contribuem para os extravasamentos nas vias. Anualmente a quantidade de resíduos retirada das estações de tratamento de esgoto equivale a cerca de 3.500 caminhões de lixo. São mais de quinze mil toneladas de resíduos retirados em decorrência do mau uso da rede. Dentre os materiais encontrados estão: mistura de sucatas, metais e resíduos insalubres.
“Todo o material retirado do sistema de esgoto é transportado em um caminhão fechado, e depositado em um leito de secagem, a fim de ser retirada a umidade dos materiais. Em seguida, os resíduos são transferidos para o destino final, que no caso de Fortaleza é o Asmoc”, explica o gerente da Unidade de Negócio de Parceria da RMF Norte, Paulo Henrique.
Drenagem x Esgoto
É importante que a população compreenda a diferença e a função das duas redes. “Em Fortaleza, o sistema de esgotamento sanitário atualmente é de responsabilidade da Ambiental Ceará, sob a supervisão da Cagece, já o sistema de drenagem, assim como sua manutenção, é de encargo da prefeitura, e os dois funcionam separadamente”, explica Samara Silveira, gerente de Responsabilidade e Interação Social da Cagece.
Destinação incorreta acarreta em multa
Destinar água de chuva para rede coletora de esgoto é considerada infração passível de multa, conforme artigo 115 da resolução n° 02/2006 da Autarquia de Regulação, Fiscalização e Controle dos Serviços Públicos de Saneamento Ambiental (Acfor).