Período “B-R-O BRÓ”: quentura no Ceará pede alerta para o consumo de água

De apelido “B-R-O BRÓ”, o período que “escalda” o Ceará entre setembro e dezembro tem as mais baixas umidades e as mais altas temperaturas do ano, de acordo com apontamentos da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). Relacionado à escassez da chuva, o fenômeno deixa o céu cearense mais claro, menos coberto por nuvens. Com aumento da quentura, a tendência do cearense é elevar os consumos de água e energia. 

Durante o período, a umidade média no interior do estado chega a ir de 76% a 42%, pois quanto mais distante do mar, mais o percentual de umidade tende a cair. Segundo o superintende Comercial da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), Agostinho Moreira, “nos quatro últimos meses do ano, a média de consumo de água dos clientes da Cagece aumenta entre 4 e 5%”.

E como a maior parte das opções que ajuda a amenizar o calor desse período envolve eletricidade e água, a Cagece indica atitudes que são capazes de enfrentar o quadriênio de modo mais sustentável e econômico. Acompanhe.

Preferência por lâmpadas LED

Das lâmpadas mais econômicas que o mercado tem hoje, a LED (Light Emitting Diode) é a que registra menos custos. Quando comparada à lâmpada incandescente, sua taxa de economia é de 80%. Se posta em comparação com a fluorescente tal taxa chega a 30%. Além disso, a lâmpada LED tem vida útil que alcança até 25 mil horas de uso para lâmpada 10 watts e tem valores cada vez mais acessíveis.

Ventilador “com refrigeração”

O aparelho de ar condicionado garante ao cearense bem-estar térmico, sobretudo nos meses “B-R-O – BRÓ”. Mas tentar substituí-lo por ventilador é saída que pode ser mais atrativa ao bolso. Dados das Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobrás) atestam que o aparelho de ar condicionado pode consumir até 240 kWh de energia ao passo que um ventilador convencional, de chão, absorve 15 kWh. A tecnóloga em Saneamento Ambiental e gestora do núcleo da Cagece na cidade de Nova Jaguaribara, Euzilene de Oliveira, pratica em sua casa uma conduta que é um clássico da cultura popular do estado. Ela conta que a atitude garante uma espécie de refrigeração aos ventiladores.

“Colocamos umas garrafas pra congelar e posicionamos cada uma delas bem na frente dos nossos ventiladores. Isso refresca muito o ambiente, minha filha adora. Quando as garrafas descongelam, voltamos a fazer o congelamento, e vamos repetindo a técnica sempre que é preciso”, explica Euzilene, que mora em Jaguaribe (localizado a 70 km de seu trabalho), município que está no ranking das cidades mais quentes do Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Garrafinha com spray

Hoje, é possível encontrar nos domicílios – com mais facilidade – garrafinhas com burrificadores. Tais garrafinhas podem ser reutilizadas em dias mais quentes para reserva de água. Xeringar água fria no corpo em vez de optar por excesso de banhos, nos momentos de mais calor, pode ser uma ótima opção.‌

“Umas borrifadas no meu pescoço e no meu rosto fazem com que eu nem deixe de fazer minhas caminhadas por conta do dia estar mais quente. Tanto fico com uma sensação mais amena, como economizo água com muito banho”, relata a assistente social Juliana Marceno, moradora do bairro Passaré, em Fortaleza.

Mais dicas

Já mencionadas pela Cagece nos seus mais diversos canais, há algumas dicas fundamentais à redução do consumo de água que sempre valem ser reforçadas. São elas:

• Escovar os dentes e lavar a louça com a torneira fechada;
• No banho, fechar o registro do chuveiro enquanto se ensaboa ou lava os cabelos;
• Verificar vazamentos periodicamente;
• Evitar lavar a calçada com mangueira;
• Reutilizar a água da chuva;
• Optar por equipamentos e eletrodomésticos que possuam uso reduzido de água.