
Rumo a universalização.
Monitoramento de água e expansão da rede de esgoto: segurança hídrica e sanitária para Juazeiro Norte
Mensalmente, a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) capta 2 milhões de metros cúbicos de água a partir de fontes subterrâneas, o equivalente a mais de 26 piscinas olímpicas, por dia, de água distribuída para os juazeirenses. Os poços operados pela companhia são monitorados 24 horas durante todos os dias da semana pelo Centro de Controle Operacional (Cecop), que identifica, em tempo real, ocorrências nas adutoras e reservatórios.
Além desse monitoramento, a Cagece possui um laboratório regional responsável pelo controle de qualidade da água distribuída, onde são realizadas análises com parâmetros de qualidade exigidos pela legislação brasileira.
“A água é um bem de consumo essencial para a vida, por isso a Cagece desempenha um papel fundamental que vai desde o monitoramento dos poços até a distribuição da água com qualidade. Além de uma equipe capacitada, temos um laboratório com todos os parâmetros e equipamentos essenciais para esse processo. Em paralelo também executamos projetos de melhoria no abastecimento, com a implantação de novas redes, incremento no aporte de água do município e redução das perdas, explica Gilberto Junior, gerente regional da Cagece.

Após ser utilizada em atividades cotidianas como banho, lavagem de louças e roupas ou no vaso sanitário, por exemplo, essa água se torna esgoto que precisa ser devidamente coletado e tratado, para que retorne ao meio ambiente sem oferecer nenhum risco à natureza.
Em Juazeiro do Norte e outras 24 cidades cearenses, a Parceria Público-Privada (PPP) da Cagece com a Ambiental Ceará, visa levar o serviço de coleta e tratamento de esgoto a 90% da população dos municípios atendidos até 2033. Somente em Juazeiro, são tratados, por mês, 400 milhões de litros de esgoto – volume equivalente a 200 piscinas olímpicas de efluentes que deixam de ser descartadas irregularmente, evitando risco de infiltração no solo e contaminação das águas, por exemplo.
Desafio do esgotamento sanitário
A quantidade de esgoto coletado e tratado em Juazeiro do Norte poderia ser bem maior. “No município, temos cerca de 15 mil imóveis que já poderiam estar destinando o esgoto para o tratamento, mas não fazem isso. Essas residências já têm a rede disponível, passando na frente de casa, mas não realizaram a ligação. Em termos populacionais, se esse conjunto se interligasse, teríamos mais 50 mil pessoas contribuindo para a manutenção da qualidade dos mananciais subterrâneos do município”, pontua Tadeu Bezerra, gerente regional da Ambiental Ceará.
Outro fator que demanda atenção é o uso de fossas sépticas, estruturas que não tratam o esgoto e ainda oferecem riscos. “Por estarem enterradas no solo, as fossas tendem a apresentar maior potencial de contaminação dos lençóis freáticos, sem falar nos riscos de desabamento”, acrescenta o gerente. O uso das fossas se soma a outro comportamento usual, especialmente nas cidades do Cariri, que é o descarte das chamadas “águas cinzas” na rua – aquelas resultantes de usos de pias e ralos, por exemplo – e que trazem riscos tanto à saúde da população como do meio ambiente.
Para ampliar a rede de esgoto em Juazeiro do Norte, a Ambiental Ceará está executando obras para implantar 64 km de redes de esgoto, garantindo acesso ao serviço de coleta e tratamento dos efluentes para 21 mil juazeirenses – e contribuindo para a preservação das águas subterrâneas da cidade.