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Cagece debate inovações e sustentabilidade do saneamento na Cúpula Mundial sobre Transição Energética

05/12/2024

A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), enquanto empresa que atua de forma inovadora no estado, participou de um painel de discussão na Cúpula Mundial sobre Transição Energética. O evento, considerado um dos mais importantes sobre o tema da transição energética no mundo, ocorreu pela primeira vez no Brasil, diretamente do Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza, e reuniu especialistas globais, empresas, investidores e profissionais de influência nacional e internacional.

No painel com o tema “Eletrificação e Eficiência: Fundações da Revolução Energética”, Thiago Dantas, engenheiro químico da Gerência de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Cagece, apresentou um panorama de atuação da companhia no Ceará e os desafios que se apresentam à empresa frente ao Novo Marco Legal do Saneamento, que envolvem tanto a urgência da universalização dos serviços de água e esgoto, como a necessidade de reduzir a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE).

“O saneamento é um dos principais setores afetados pelas mudanças climáticas e sabemos que as companhias são grandes consumidoras de energia. Diante disso, a Cagece vem desenvolvendo tecnologias adaptadas para conseguir gerar energia limpa no setor de saneamento do Ceará. A companhia trabalha hoje com inovações em diferentes caminhos para trazer redução de custos, redução de energia e redução de gases de efeito estufa. Tudo isso pensando em converter passivos ambientais em ativos econômicos”, declarou Thiago Dantas.

O engenheiro químico destacou ainda diferentes projetos e iniciativas realizadas pela Cagece, com foco em transição e melhor eficiência energética. Entre elas, Thiago mencionou a geração de energia por biogás e lodo, a participação da companhia na produção de água de reúso para o Hub de Hidrogênio Verde do Ceará, a utilização de painéis solares nas unidades operacionais da empresa, a compra de energia renovável pelo Mercado Livre de Energia e outras estratégias.

Para o setor de saneamento do Brasil conseguir atingir a transição energética sustentável, Thiago Dantas apontou que é preciso investir em educação ambiental nas escolas e mais ainda na promoção de uma regulação que atenda as necessidades das companhias de saneamento do país. “Hoje em dia é muito complicado produzir biogás e gerar energia em estações de tratamento de efluentes. A gente tem pouquíssimas regulações para essas unidades. E precisamos também de tecnologia nacional com o porte e com as especificidades de como funciona o saneamento no Brasil”, revelou.

Ainda de acordo ele, o potencial do setor de saneamento do Brasil para reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa é grande. “De todo CO2 equivalente produzido no Brasil, 1.05% é emitido pelo esgotamento sanitário. Essa quantidade de emissão é também composta de Metano, que é 28 vezes mais poluente do que o Dióxido de Carbono. Esse metano que é o biogás gerado durante o tratamento do esgoto, pode ser capturado para gerar energia renovável e, com isso, conseguiríamos ao mesmo tempo reduzir em 28 vezes a emissão de gases de efeito estufa do setor de saneamento”, explicou.

Plano Clima

Thiago Dantas, que também integra a Câmara Técnica de Inovação da Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe), aproveitou a oportunidade para destacar a contribuição do capital intelectual da Cagece na elaboração do Plano Nacional Sobre Mudança do Clima, junto ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Governo Lula.

“Precisamos ter o apoio que estamos conseguindo junto com a Aesbe. Certamente, estaremos na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP 30, alinhados com o Ministério do Meio Ambiente. Já Tivemos várias reuniões. Estamos participando efetivamente na elaboração do Plano Clima, porque hoje não temos um plano setorial para o saneamento, dentro do plano nacional de combate às emissões de gases de efeito estufa”, frisou.

O engenheiro químico da Cagece concluiu sua participação no evento afirmando ser preciso avançar no setor de saneamento com “inovabilidade”, que seria atender as demandas do presente de forma inovadora, a fim de garantir o desenvolvimento sustentável das próximas gerações.