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Cagece avança ao longo de 52 anos tornando o sistema de esgotamento sanitário no Ceará mais eficiente

19/07/2023

Contar com sistema de esgotamento sanitário é básico ao ser humano. Básico do ponto de vista essencial, relevante, inclusive, à preservação dos recursos hídricos e das fontes de abastecimento de água. O sistema de esgoto é fundamental à vida, uma vez que é capaz de contribuir com a interrupção da cadeia de contaminação humana. No Ceará, são cerca de 2,69 milhões de pessoas beneficiadas por atual rede coletora composta por mais de 5 mil quilômetros de extensão. Atualmente, o índice estadual de cobertura de esgoto corresponde a 44,80%. A meta da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) é universalizar este atendimento.

No total, a companhia possui 275 estações de tratamento de esgoto, sendo 153 na capital e 122 no interior do Estado. Em suma, os efluentes produzidos pela população chegam às estações de tratamento, passando por sistemas coletores. Uma atividade que inicia nas ligações individuais de cada residência, com conduções realizadas via gravidade ou bombeamento, através das estações elevatórias de esgoto. Estas levam os resíduos aos coletores-tronco, responsáveis por transportar o material até as estações, onde ocorre tratamento e prudente devolução dos rejeitos ao meio ambiente.

Contado assim, parece simples o passo a passo exposto acima sobre o “caminho do sistema de esgotamento”. Mas, antes mesmo da fundação da Cagece e ao longo dos 52 anos da companhia, o sistema foi aperfeiçoando-se, tornando-se mais operativo e eficiente. E marcos da Cagece têm influência nessa crescente melhoria, a exemplo dos Interceptores Oceânicos Leste e Oeste; do Programa de Infraestrutura Básica de Saneamento de Fortaleza (Sanear); da Estação de Pré-Condicionamento de Esgoto (EPC); Estação de Tratamento de Odores (ETO) e da Parceria Público-Privada (PPP) para a universalização dos serviços de esgotamento sanitário no Ceará.

Importante frisar que para a composição do conteúdo que aborda grandes medidas tomadas pela Cagece para melhoria do sistema de esgotamento no estado, a Gerência de Comunicação (Gerco) da companhia contou com relatos da escritora cearense e historiadora memorialista Leila Nobre e com resgate histórico possibilitado por colaboradores da instituição. A seguir, breve recapitulação dos marcos acima citados, que são verdadeiros compromissos com a conservação dos recursos hídricos, redução de desigualdades e com a melhoria dos índices de saúde pública do estado.

  Trecho de obra de implantação dos Interceptores Leste e Oeste, em Fortaleza.

Em 1975, o Governo do Estado do Ceará contrata o consultor Garcia Occhipinti para elaboração de projetos de ampliação do sistema de coleta, transporte e disposição final dos esgotos de Fortaleza. No ano seguinte, a Cagece inicia as obras previstas por Occhipinti, com a construção dos Interceptores Oceânicos Leste (que sai da Praia do Futuro, passando pelo Mucuripe e chegando à EPC, com 7.568 metros de extensão) e Oeste (que vai do bairro Barra do Ceará à EPC, com 3.923 metros de extensão).

Estes primeiros dois interceptores oceânicos foram construídos para recebimento de dejetos dos lados Leste e Oeste da cidade e intercepção de cursos d’água entre o Riacho Pajeú (que nasce próximo às ruas Silva Paulet, José Vilar, Bárbara de Alencar e Dona Alexandrina e percorre quase 5.000 metros até chegar ao mar, na Praia Formosa, próximo ao Hotel Marina Parque) e o Riacho Jacarecanga (que tem sua origem nas proximidades da Av. Bezerra de Menezes, no bairro Farias Brito, e desemboca na orla da cidade, na Praia do Kartódromo, no bairro Jacarecanga).

Respeitando elementos significativos sugeridos por ambientalistas ao projeto, os equipamentos ampliaram a rede coletora da capital de 125 km para 327 km. A partir dessa instalação, ações inúmeras têm ampliado o sistema de esgotamento sanitário no estado. Inclusive, vale salientar o terceiro interceptor, construído tempos depois, para receber dejetos de regiões como Siqueira e bacia do Cocó, passando por diversas avenidas, a exemplo da 13 de Maio, Alberto Craveiro, Raul Barbosa, Dom Manuel e Antônio Sales.

Os dois primeiros interceptores oceânicos têm monumento instalado no calçadão da av. Beira-Mar, em Fortaleza, erguido na década da fundação dos equipamentos. A escultura – assinado pelo artista cearense Sérvulo Esmeraldo (1929-2017) – ganhou restauro da Prefeitura de fortaleza, em 2022, e é considerada símbolo dos serviços de esgotamento no Ceará.

    Obras do Sanear I.

Com a execução do Programa de Infraestrutura Básica de Saneamento de Fortaleza, popularizado como Sanear, o Governo do Ceará, por meio de investimento possibilitado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), eleva o atendimento de serviços de esgotamento sanitário. As obras do Sanear I foram iniciadas em 1993 e concluídas em 2000, elevando significativamente a cobertura de esgotamento na capital.‌

As ações do Sanear I possibilitaram a instalação da EPC; 961 km de redes coletoras de esgoto (126.252 ligações domiciliares); 28 km de coletores-tronco; 12,9 km de interceptores; 13,6 km de emissários terrestres; 18 estações elevatórios; uma chaminé de equilíbrio e a recuperação do emissário submarino.‌

Em 2006, o Governo lança o Sanear II, e a iniciativa beneficia mais 900 mil cearenses, ampliando ainda mais o índice de cobertura em Fortaleza. Além dessa expansão, o Sanear II possibilitou à Cagece a implantação de outras 10 unidades e a construção do novo Laboratório Central de Controle da Qualidade de Água e Esgoto. A ação instalou 900 mil metros de rede coletora e 127 mil metros de rede de distribuição da água tratada.

    Estação de Pré-Condicionamento do Esgoto (EPC), em Fortaleza.

Inaugurada em 1998, a EPC foi uma das execuções mais importantes do Sanear. Instalada pela Cagece no bairro Moura Brasil, capital, a EPC tem função essencial no sistema de esgotamento desenvolvido pela companhia, que é remover os sólidos presentes no esgoto. Ela é responsável por receber e realizar o tratamento preliminar dos esgotos coletados na maior parte da Região Metropolitana de Fortaleza. Projeta o esgoto tratado à extensa distância da costa, em ponto de convergência das correntes marítimas que favorece a irrestrita dispersão em alto-mar.

Ao longo dos anos, foram fundamentais ao melhoramento do sistema operacional da EPC: a reforma do seu Controlador Lógico Programável (CLP) e da sua interface homem-máquina (IHM); a instalação de protetores de surto; a restruturação do hardware de comunicação e a substituição dos rádios de comunicação. As ações reduziram o tempo de comunicação, contribuindo com melhores tomadas de decisão e análises do processo, proporcionando melhor desempenho, modernização e otimização de atividades.

Considerada um dos patrimônios da companhia, suas ações de tratamento são realizadas mediante processos de gradeamento, peneiras e desarenadores. Construída para integrar o Sistema de Disposição Oceânica de Esgotos de Fortaleza, é totalmente automatizada e tem capacidade para tratar 4,5 m³ de esgoto por segundo.

  Estação de Tratamento de Odores (ETO).

A ETO é parte fundamental da EPC, pois ela é responsável por confinar os gases próprios do processo de esgotamento. A ETO lava e desinfecta esses gases antes de eles serem lançados na atmosfera, minimizando, portanto, a exalação dos gases agressivos.

Por ter contato direto e contínuo com os gases naturais às suas operações diárias e com a maresia, a Cagece realizou importante reforma na estrutura da estação, há quase dois anos. A reforma melhorou toda a edificação, aumentando sua vida útil, reduzindo custos com manutenção corretiva e, principalmente, melhorando a eficiência de suas operações, sobretudo, aumentando sua eficácia na remoção de sólidos mais grossos.

  Assinatura do contrato para universalização do esgotamento sanitário em 24 municípios do Ceará.

A ação já considerada a maior PPP de esgotamento sanitário do Brasil visa cumprir o propósito de universalização do esgotamento no Ceará, meta determinada pelo Novo Marco Legal do Saneamento. A parceria entre a Cagece e a empresa Ambiental Ceará tem dois blocos de atuação dos serviços.

Juntas, as duas etapas contemplam moradores dos municípios de Aquiraz, Cascavel, Chorozinho, Eusébio, Guaiuba, Horizonte, Itaitinga, Maracanaú, Maranguape, Pacajus, Pacatuba, Juazeiro do Norte, Barbalha, Farias Brito, Missão Velha, Nova Olinda, Santana do Cariri, Caucaia, Paracuru, Paraipaba, São Gonçalo do Amarante, São Luís do Curu, Trairi e Fortaleza.

Ao todo, serão implantadas 27 Estações de Tratamento de Esgoto, 249 Estações Elevatórias e mais de 4 mil quilômetros de novas redes de esgoto. A ação tem investimento referente a R$ 19 bilhões e acolhe 4,3 milhões de pessoas. O intuito é universalizar o esgotamento no Ceará, até o ano de 2033. Investimentos como este trazem benefícios transversais, como educação, saúde, qualidade de vida e movimentação da economia.

Por isso, a próxima matéria desta série que apresenta importantes marcos da Cagece em seus 52 anos de atuação abordará, de modo mais profundo, a PPP do esgoto no Ceará. O conteúdo apresentará atualização dos serviços em andamento, mostrando como estão as visitas técnicas aos municípios beneficiados, a relação com as comunidades atendidas, a troca de experiências com outros estados brasileiros com ações semelhantes e muito mais.