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O presidente da companhia, Neuri Freitas, foi recebido pela casa a convite de Renato Roseno, do Partido Socialismo e Liberdade (PSol-Ce).

Cagece defende a importância do projeto da Dessal em audiência pública

29/10/2021

A Cagece participou de uma audiência pública na última terça-feira (26), na Assembleia Legislativa do Ceará, para tratar sobre a importância da Usina de Dessalinização de Água Marinha para Fortaleza e Região Metropolitana. O presidente da companhia, Neuri Freitas, foi recebido pela casa a convite de Renato Roseno, do Partido Socialismo e Liberdade (PSol-Ce).

Na ocasião, Neuri Freitas destacou para os parlamentares, docentes e pesquisadores presentes a necessidade atual do estado do Ceará de contar com todas as alternativas possíveis para garantir o abastecimento da população, sendo o projeto da usina de dessalinização um dos principais que encontra-se em andamento.

Diante do contexto hídrico vivenciado pelo estado anualmente, com a pouca disponibilidade de água para distribuir para a população devido aos longos períodos de estiagem característicos da região, o presidente da companhia ressaltou que não há tempo para esperar.

“Hoje é necessário um esforço muito grande pra abastecer a população, tendo até que restringir o consumo. Implantamos uma tarifa de contingência pra população não consumir água. Se formos pensar do ponto de vista econômico, o que a Cagece quer é vender água. Teríamos mais receita, mais resultados, menos custos pra empresa. Mas pelo contrário, a gente fala pra população não consumir, o que chega a ser esquizofrênico esse negócio. Porque na medida em que a empresa precisa de dinheiro pra investir, a gente diz pra não comprarem água”, pontuou Neuri Freitas.

De acordo com ele, se Fortaleza contasse atualmente com uma usina de dessalinização, a situação hídrica do Ceará seria mais salutar, tanto para quem faz a operação quanto para quem recebe a água. Mas apenas ela ainda não seria o suficiente. “Por isso, não estamos focando só na dessal. Neste momento estamos pensando em toda uma infraestrutura hídrica, envolvendo os demais órgãos do setor hídrico do Ceará, com ações que envolvem projetos como o Malha d’água para priorizar os grandes açudes para abastecimento humano; a transposição do rio São Francisco e também reúso para abastecer a indústria e a agricultura”, destacou ele.

Além de todos esses projetos, Neuri falou também da importância de combate às perdas, como a setorização por meio da implantação de Distritos de Medicão e Controle (DMCs), combate às fraudes e a substituição de redes de abastecimento. “Se não tivermos todas essas opções, no futuro vai faltar água”, alertou o presidente da Cagece para todos os que estavam presentes na audiência.

Preocupação com impactos ambientais e sócio-urbanísticos

Silvano Porto, especialista em saneamento da Cagece, esclareceu as dúvidas dos parlamentares, docentes e pesquisadores em relação ao impactos ambientais para a implantação da usina de dessalinização, uma das principais preocupações apresentadas durante a audiência.

“Com relação ao impacto na biota é muito comum trazer exemplos que não são viáveis pra nossa realidade. A renovação do Atlântico aqui é imensa e o volume de água que estamos captando é irrisório, apenas 1m³ por segundo. Hoje já se estuda os locais exatos para o lançamento do concentrado salino, quando se pretende implantar uma usina de dessalinização, justamente para evitar danos e riscos às espécies marinhas da região”, afirmou Silvano Porto.

O especialista da companhia também abordou os impactos sócio-urbanísticos do projeto. “Tivemos uma preocupação com a escolha da área também para não haver riscos do projeto trazer impactos nas áreas vizinhas. Em termos urbanísticos e paisagísticos serão respeitados todos os critérios que foram estabelecidos”, ressaltou.

Em suas palavras Silvano destacou ainda que, o projeto da usina de dessalinização de água marinha para a Região Metropolitana de Fortaleza deixa claro que não é interessante para a região ter uma planta de dessalinização com caráter e a aparência de um empreendimento industrial. “A intenção é que a planta seja um elemento de visitação e atração turística, com integração em seu entorno e com propostas de inovações tecnológicas a serem fomentadas”, declarou.

Por fim, Neuri Freitas, complementou reafirmando que a Cagece é uma empresa responsável, cujo propósito é de sempre buscar melhorias ambientais. “Já temos isso muito inerente as nossas atividades. Tudo que for necessário de estudo mais aprofundado nós vamos fazer. Não queremos uma solução que vá causar dano a quem quer que seja. Vamos fazer tudo com segurança”, finalizou o presidente da companhia.