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Se para uns, o destino final de determinados materiais é o lixo, o programa ensina que os ciclos se reciclam. Jornais, garrafas pet, retalho de tecidos e papelões se transformam em carteira, porta acessórios, brinquedo e o que mais a imaginação permitir. 

Reciclocidades, o programa que transforma vidas ao reciclar o lixo

17/05/2021

Reciclagem. O dia 17 de maio foi instituído pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência, e a Cultura (Unesco) como o dia internacional da reciclagem. A data tem o objetivo de criar uma reflexão sobre a relação do consumo com as questões ambientais. E no sentido de reduzir os impactos negativos que o lixo que produzimos provoca ao meio ambiente, há cerca de 12 anos, a Cagece conta com ações sociais e sustentáveis do programa Reciclocidades, desenvolvido pela Gerência de Responsabilidade e Interação Social (Geris).

Combinando a responsabilidade social com a ambiental, o programa promove a inclusão social através da transformação de materiais que iriam para o lixo. “Veio a ideia de trabalhar a geração de renda para a comunidade com a sustentabilidade e, a partir disso, pensamos em criar oficinas de reciclagem”, conta Suenia Amorim, educadora ambiental da Geris. Com mais de 22 grupos produtivos já criados e mais de 20 mil pessoas beneficiadas, o Reciclocidades atua, principalmente, por meio de oficinas educativas focadas em homens e mulheres maiores de 16 anos, em situação de baixa renda ou em condição de vulnerabilidade social.

Se para uns, o destino final de determinados materiais é o lixo, o programa ensina que os ciclos se reciclam. Jornais, garrafas pet, retalho de tecidos e papelões se transformam em carteira, porta acessórios, brinquedo e o que mais a imaginação permitir. As transformações não se limitam apenas aos materiais, a vida de milhares de pessoas também é modificada pelo Reciclocidades.

Samara Silveira, coordenadora do programa, avalia a importância do projeto: “O impacto é tanto financeiro quanto subjetivo. Em sua maioria, os participantes são mulheres sem renda que dependem financeiramente de seus maridos e idosas que sentem a ausência de uma atividade que lhes façam se sentir úteis à comunidade. Por meio do programa, já resgatamos mulheres que estavam com depressão, possibilitamos a compra de remédios para tratamento de saúde, garantimos a “mistura” do almoço”, conta.

Priscila Barros, artesã do Reciclocidades, comenta: “ver mulheres, que nunca tinha tocado em uma agulha, conseguindo ser produtiva, criando e transformando lixo em artesanato, só com um empurrãozinho nosso, é gratificante”.

Os impactos do programa também afetam as colaboradoras que fazem o Reciclocidades ganhar vida. Quando questionadas sobre como tem sido fazer parte do programa, as respostas são carregadas de sentimento. Samara Silveira admite que trabalhar na área social é enriquecedor. “Não só por ter a oportunidade de transformar vidas, mas por poder fazer a diferença na sociedade como um todo. Ele me torna mais humana a cada dia”, afirma.

Já Suenia Amorim fala que é muito engrandecedor e gratificante fazer parte desse programa, principalmente ao ver que o programa transformou a vida de muitas mulheres. E para Priscila Barros tem sido uma experiência muito construtiva. “Trabalhamos reutilizando materiais e criando artesanato, mas no processo acabamos recriando histórias e isso é muito gratificante”, destaca.

O programa não se limita apenas aos grupos produtivos. As colaboradoras também realizam oficinas pontuais com diversos assuntos relacionados a sustentabilidade e inclusão social, além de participarem de eventos, como feiras e exposições. Esse mês de maio, para comemorar o dia internacional da reciclagem, o shopping Riomar convidou o Reciclocidades para expor alguns dos materiais produzidos pelo programa. “Esses eventos são muito importantes para divulgar os trabalhos feitos pelas artesãs e mostrar para as pessoas que a Cagece é mais do que o serviço de água e esgoto. A empresa também tem a preocupação com a comunidade”, pontua Suenia Amorim.

A pandemia mudou o curso de alguns planos, mas como estão acostumadas, elas criaram novas oportunidades. O monitoramento dos grupos produtivos continua de forma remota e as artesãs desenvolveram produtos que atendessem a necessidade do momento, como máscaras e porta máscaras. Agora, a ideia é ganhar mais espaço no ambiente virtual para dar mais visibilidade ao programa, além de visarem a expansão física do Reciclocidades, levando o projeto para outras cidades do estado e, assim, ampliar a sensibilidade para os temas abordados.