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A tecnologia é uma vertente do sistema de lodo ativado, desenvolvida na Holanda e adaptada para a realidade do Ceará.

Cagece desenvolve nova tecnologia de tratamento e reúso de esgoto

Um novo sistema de tratamento de esgoto desenvolvido pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC), está em fase de teste na Estação de Pré-Condicionamento de Esgoto da empresa, localizada na avenida Leste-Oeste. A nova alternativa de tratamento, desenvolvida a partir do lodo, possui inicialmente, capacidade para tratar cerca de 400 litros de efluente por dia.

Outra vantagem da utilização da tecnologia é o controle sobre o efluente final chegar mais diluído ou mais concentrado. Os resultados mostram que o esgoto resultante é um dos melhores do estado, em termos de efluente tratado. Os resultados alcançados estão de acordo com o padrão do Conselho estadual do Meio Ambiente (Coema), tanto para descarte quanto também para reúso.

De acordo com o coordenador da pesquisa, engenheiro sanitarista, mestre e doutorando em Saneamento Ambiental, Sílvio Luiz Rollemberg, trata-se de uma operação bem complexa: “Ao longo da semana ficamos sabendo tudo que acontece no reator. Todas as reações, todos os grupos microbianos, se o esgoto chega mais diluído, se chega mais concentrado. Tudo isso estamos controlando. Os resultados mostram que o efluente é um dos melhores do estado, em termos de efluente tratado por rota biológica. Estamos alcançando os parâmetros da Coema 217, tanto para descarte quanto também para reúso”, destacou.

O objetivo da pesquisa é avaliar a aplicação e viabilidade da tecnologia no tratamento de esgoto doméstico nas estações de esgoto da Cagece para, posteriormente, ampliar a capacidade para até 1000 litros por dia, visando em um projeto futuro, até 200 mil litros por dia.

Instalado em dezembro de 2018, o sistema passou por várias alterações e adequações antes de entrar oficialmente em fase de teste. Com uma rápida partida, em apenas 3 meses o sistema já conseguiu apresentar ótimos resultados, atendendo integralmente aos parâmetros exigidos na legislação vigente.

Além disso, a instalação do sistema foi realizada com baixo investimento, uma vez que utilizou materiais já disponíveis na Cagece. O custo de implantação de toda a estrutura, incluindo aquisição de reatores, disponibilização de bombas e de tubulações, ficou na ordem de R$ 30 mil: “Um investimento baixo para uma pesquisa tão relevante e que tem muito potencial dentro da Cagece e para o tratamento de esgoto no estado”, informa o coordenador de projetos de inovação da Cagece, Carlos Adller Saraiva.

O sistema utilizado é composto por uma tecnologia desenvolvida na Holanda e adaptada para a realidade do Ceará, em termos de condições climáticas e características próprias do esgoto. A pesquisa foi iniciada no Laboratório de Saneamento (Labosan), da UFC e depois adaptada para um esgoto real, daí surgiu a parceria com a Cagece, visando aplicar a tecnologia em esgoto sanitário.

Rollemberg, do departamento de engenharia hidráulica e ambiental da UFC, afirma ainda que a universidade vem trabalhando com várias tecnologias de tratamento como alternativas voltadas para o cenário do nosso estado. “A UFC começou a ter interesse por essa rota tecnológica no final de 2017, mas foi necessário readequá-la para nossa realidade, em termos de condições climáticas e característica do nosso esgoto. A partir de então, passou a estudar essa tecnologia”, conclui.